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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Por onde vem o crack?

Diante do grande consumo do entorpecente no Brasil e em Pernambuco, segundo dados apontados pela pesquisa, uma pergunta básica vem à tona. Por onde a droga passa até chegar às mãos dos usuários? Segundo o gestor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), delegado Luiz Andrey, o caminho é extenso e passa por fronteiras e alguns estados brasileiros. “Primeiro, a pasta base da cocaína, que é a matéria prima do crack, vem da folha da cocaína e nós não temos essa plantação aqui no Brasil. Ela vem do Peru, Colômbia e Bolívia. Principalmente, da Bolívia”, explicou o delegado, que tem à frente do órgão a missão de desarticular quadrilhas que trabalham na comercialização das drogas ilícitas no Estado.

De acordo com Luiz Andrey, a pasta base da cocaína chega a Pernambuco por meio de três vias. “Tem a rota que vem pelo Sul do País: sai da Bolívia, passa pelo Paraguai, Paraná e São Paulo até chegar a Pernambuco. O outro itinerário é o que vem pelo Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul, passando pelas fronteiras secas. E também vem pelo Norte do País: passa pelo Acre e Rondônia até chegar ao Estado. Essas rotas foram as que já conseguimos apreender mercadoria. Em Pernambuco, elas chegam aqui, principalmente, pela Região Metropolitana do Recife (RMR), mas já apreendemos no interior”, disse o gestor. Andrey afirma ainda que, chegando a Pernambuco, à circulação do crack se dá de uma forma quase que exclusiva. “Aqui no estado, 95% das mercadorias chegam por vias terrestres”, pontuou o delegado.

Desde sua criação, em 2009, o Denarc vem conseguindo, progressivamente, apreender grandes quantidades da pasta base da cocaína no Estado. No mesmo ano da criação, o departamento apreendeu quatro quilos. Em 2010, o órgão fechou o ano com 85 quilos apreendidos. Neste ano, até a última quinta-feira, o órgão tinha registrado apreensão de aproximadamente 259 quilos de pasta base de cocaína. Esse valor, segundo o delegado, equivaleria a cerca de 780 quilos de pedras de crack. Já com relação à pedra pronta para o consumo foram registrados 81 quilos de crack apreendidos. “Até 2008, o Denarc não tinha conseguido chegar à apreensão da pasta base de cocaína. Só em 2009, com a criação Denarc, que foram apreendidos os primeiros quilos”, concluiu.

ANDERSON BANDEIRA

Fonte: Folha de Pernambuco

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