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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Dismorfismo corporal

                                           Dismorfismo Corporal
                            ( Transtorno Dismórfico Corporal  - TDC)


O que vem a ser Dismorfismo corporal? Assunto bastante polêmico. Tem sido encontrado em uma proporção de 3% da população. E a dificuldade que algumas pessoas tem de aceitar seu esquema corporal da forma que é, ou alguma alteração, não significativa, para os outros, levando-as a uma distorção de sua auto-imagem.
È motivo de estudos há mais de 100 anos, quando Morselli, 1886, usou o  termo “Dismorfia” pela primeira vez para designar “sentimentos de feiúra”, ou defeito físico, que o paciente percebe em si, mas que não corresponde à realidade. Já Kraepelin, psiquiatra alemão, chamou dismorfia de “neurose compulsiva”, quando o paciente sente de modo obsessivo compulsivo, defeitos físicos que não são reais, e que só ele percebe.
Para Mariângela G. Saraiva, o transtorno dismórfico é um nome novo para um “transtorno velho”. Jamis Feuzmer, da Universidade da Califórnia, em uma pesquisa recente, publicada nos Archives of General Psichiatry, identificou nos portadores nessa síndrome, não apenas defeitos psicológicos, mas alterações fisiológicas, usando exames de ressonância magnética funcional.
A forma como nos dias atuais, a mídia tem colocado os valores da beleza e perfeição corporal, no sexo feminino, principalmente, e masculino, também, tem aumentado em muito a questão da exigência com o corpo. Há que salientar que essas pessoas são mais suscetíveis, e apresentam sempre uma característica de personalidade, peculiar. Invariavelmente, são pessoas angustiadas,
tímidas, ansiosas, deprimidas com carência de auto-afirmação,com obsessão por detalhes, da que ninguém presta atenção. Existem casos em que uma pequena alteração assimétrica facial, quase imperceptível, são super dimensionadas e motivo de muito sofrimento. Por essas razões procuram soluções em tratamentos dermatológicos, cirurgias plásticas constantes, lipoaspiração frequentes, sem, contudo, chegarem ao ideal, patológico, claro  de um corpo perfeito.
Muitas pacientes, chegam ao exagero de viverem em casa, cobertas de lenços, disfarces dos mais bizarros, param de trabalhar e se isolam das pessoas, inclusive de parentes. Temos que levar em conta as comorbidades. Pessoas com tendência a compulsão, depressão, extrema preocupação com a aparência, podem migrar para uma situação patológica, às vezes com desdobramentos graves, levando-as a surtos psicóticos e até suicídio.
Existem subtipos mais comuns de transtorno dismórfico corporal.

·       Bulimia: Compulsão alimentar. O paciente come em excesso e a seguir provoca vômitos. È um paradoxo comportamental. São pessoas que procuram dietas extravagantes, tomam diuréticos, laxantes, e por bastante tempo conseguem esconder das pessoas o que lhe ocorre. Mas os exageros se evidenciam, pois chega um momento que começam a aparecer outros sintomas, como úlceras estomacais, arritmias e a desnutrição se tornam evidentes.
·       Anorexia: mesmo com o corpo de peso e proporções normais, as pessoas vêem-se gordas, obesas e passam a não se alimentar. Fazem dietas severas, que nunca as satisfazem, passam a perder peso, chegam à desnutrição, muitas vezes grave, precisando de internação para tratamento clínico, às vezes psiquiátrico. Há casos de anorexia onde a menstruação fica suspensa, que é a amenorréia, o que vem a ser mais um sintoma típico da anorexia.
·       Vigorexia: Transtorno Dismórfico Muscular de alta complexidade. Comum em rapazes no início da adolescência. O nome sugere “vigor físico”. Os jovens começam a desejar um físico perfeito, praticam exercícios em excesso, por 3, 4 horas diárias, com o desejo de terem um porte atlético, mas se enxergam magros, fracos, e querem atingir um físico que não vão conseguir, e seguem na luta doentia de um corpo que não vai existir. Alguns são pela própria constituição, franzinos, daí  sentem-se “fracos”, inferiorizados, e passam a fazer o uso de anabolizantes, hormôniosdiversos, GH, medicação veterinárias para chegarem ao efeito desejado. Muitos acabam adquirindo patologias osteo-musculares, anormalidades na produção de espermatozóides, podendo chegar à esterilidade. São comuns patologia  cardíacas, câncer de fígado, entre outras. Muitos desses jovens deixam de trabalhar,ou  abandonam os estudos para viverem nas academias. É comum apresentarem surtos psicóticos, no decorrer do tempo.
·       Drunkorexia, outro subtipo do Transtorno Dismórfico Corporal.Seus portadores são  pessoas que já apresentam anorexia.Passam a ingerir bebidas alcoólicas, com o objetivo de saciar a fome, sem se alimentarem. Ficam dependentes do álcool e torna-se Alcoolistas, Uma comorbidade, psiquiátrica grave.
Existem aspectos próprios da idade, como flacidez,            gordura localizada, lipodistrofia, que podem ser o    gatilho para o indivíduo formar um quadro grave de dismorfismo corporal, já na fase madura. As pessoas têm que ficar atentas ao estímulo que essas pessoas tiveram no próprio ambiente familiar,onde se faz do exercício físico um ritual,em detrimento de uma dieta saudável. O uso de medicação anorexígena também é um estímulo bastante significativo.Quase sempre as pessoas seguem os hábitos familiares, que são naturalmente assimilados, pela convivência.
Tratamento: medicamentoso e psicoterapia comportamental. Há casos em que se faz necessária internação psiquiátrica, pois o grau de compulsão é muito intenso, sendo necessária assistência médica em hospital.


  


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