Dismorfismo
Corporal
(
Transtorno Dismórfico Corporal - TDC)
O
que vem a ser Dismorfismo corporal? Assunto bastante polêmico. Tem sido
encontrado em uma proporção de 3% da população. E a dificuldade que algumas
pessoas tem de aceitar seu esquema corporal da forma que é, ou alguma alteração,
não significativa, para os outros, levando-as a uma distorção de sua
auto-imagem.
È
motivo de estudos há mais de 100 anos, quando Morselli, 1886, usou o termo “Dismorfia” pela primeira vez para
designar “sentimentos de feiúra”, ou defeito físico, que o paciente percebe em
si, mas que não corresponde à realidade. Já Kraepelin, psiquiatra alemão,
chamou dismorfia de “neurose compulsiva”, quando o paciente sente de modo
obsessivo compulsivo, defeitos físicos que não são reais, e que só ele percebe.
Para
Mariângela G. Saraiva, o transtorno dismórfico é um nome novo para um
“transtorno velho”. Jamis Feuzmer, da Universidade da Califórnia, em uma
pesquisa recente, publicada nos Archives of General Psichiatry, identificou nos
portadores nessa síndrome, não apenas defeitos psicológicos, mas alterações
fisiológicas, usando exames de ressonância magnética funcional.
A
forma como nos dias atuais, a mídia tem colocado os valores da beleza e
perfeição corporal, no sexo feminino, principalmente, e masculino, também, tem
aumentado em muito a questão da exigência com o corpo. Há que salientar que
essas pessoas são mais suscetíveis, e apresentam sempre uma característica de
personalidade, peculiar. Invariavelmente, são pessoas angustiadas,
tímidas,
ansiosas, deprimidas com carência de auto-afirmação,com obsessão por detalhes,
da que ninguém presta atenção. Existem casos em que uma pequena alteração
assimétrica facial, quase imperceptível, são super dimensionadas e motivo de
muito sofrimento. Por essas razões procuram soluções em tratamentos
dermatológicos, cirurgias plásticas constantes, lipoaspiração frequentes, sem,
contudo, chegarem ao ideal, patológico, claro
de um corpo perfeito.
Muitas
pacientes, chegam ao exagero de viverem em casa, cobertas de lenços, disfarces
dos mais bizarros, param de trabalhar e se isolam das pessoas, inclusive de
parentes. Temos que levar em conta as comorbidades. Pessoas com tendência a compulsão,
depressão, extrema preocupação com a aparência, podem migrar para uma situação
patológica, às vezes com desdobramentos graves, levando-as a surtos psicóticos
e até suicídio.
Existem
subtipos mais comuns de transtorno dismórfico corporal.
· Bulimia: Compulsão alimentar. O paciente come em
excesso e a seguir provoca vômitos. È um paradoxo comportamental. São pessoas
que procuram dietas extravagantes, tomam diuréticos, laxantes, e por bastante
tempo conseguem esconder das pessoas o que lhe ocorre. Mas os exageros se evidenciam,
pois chega um momento que começam a aparecer outros sintomas, como úlceras
estomacais, arritmias e a desnutrição se tornam evidentes.
· Anorexia: mesmo com o corpo de peso e proporções
normais, as pessoas vêem-se gordas, obesas e passam a não se alimentar. Fazem
dietas severas, que nunca as satisfazem, passam a perder peso, chegam à desnutrição,
muitas vezes grave, precisando de internação para tratamento clínico, às vezes
psiquiátrico. Há casos de anorexia onde a menstruação fica suspensa, que é a amenorréia,
o que vem a ser mais um sintoma típico da anorexia.
· Vigorexia: Transtorno Dismórfico Muscular de alta
complexidade. Comum em rapazes no início da adolescência. O nome sugere “vigor
físico”. Os jovens começam a desejar um físico perfeito, praticam exercícios em
excesso, por 3, 4 horas diárias, com o desejo de terem um porte atlético, mas
se enxergam magros, fracos, e querem atingir um físico que não vão conseguir, e
seguem na luta doentia de um corpo que não vai existir. Alguns são pela própria
constituição, franzinos, daí sentem-se “fracos”,
inferiorizados, e passam a fazer o uso de anabolizantes, hormôniosdiversos, GH,
medicação veterinárias para chegarem ao efeito desejado. Muitos acabam
adquirindo patologias osteo-musculares, anormalidades na produção de
espermatozóides, podendo chegar à esterilidade. São comuns patologia cardíacas, câncer de fígado, entre outras.
Muitos desses jovens deixam de trabalhar,ou abandonam os estudos para viverem nas
academias. É comum apresentarem surtos psicóticos, no decorrer do tempo.
· Drunkorexia, outro subtipo do Transtorno Dismórfico
Corporal.Seus portadores são pessoas que
já apresentam anorexia.Passam a ingerir bebidas alcoólicas, com o objetivo de
saciar a fome, sem se alimentarem. Ficam dependentes do álcool e torna-se Alcoolistas,
Uma comorbidade, psiquiátrica grave.
Existem
aspectos próprios da idade, como flacidez, gordura localizada, lipodistrofia,
que podem ser o gatilho para o
indivíduo formar um quadro grave de dismorfismo corporal, já na fase madura. As
pessoas têm que ficar atentas ao estímulo que essas pessoas tiveram no próprio
ambiente familiar,onde se faz do exercício físico um ritual,em detrimento de
uma dieta saudável. O uso de medicação anorexígena também é um estímulo bastante
significativo.Quase sempre as pessoas seguem os hábitos familiares, que são
naturalmente assimilados, pela convivência.
Tratamento:
medicamentoso e psicoterapia comportamental. Há casos em que se faz necessária
internação psiquiátrica, pois o grau de compulsão é muito intenso, sendo
necessária assistência médica em hospital.
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