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sexta-feira, 18 de julho de 2014

A revolução dos games como entretenimento

              A revolução dos games como entretenimento.



           Já se foram décadas quando as famílias ficavam sossegadas com suas crianças brincando nas calçadas, nas praças, nas ruas, sem correrem risco algum. Chegaram o vídeos-game  e com eles uma modificação substancial na dinâmica das famílias. As crianças passaram a ficar em casa, assim como os adolescentes e dedicam parte do seu tempo jogando. Os adultos também passaram a se dedicar aos jogos eletrônicos com exagero, até o nível de se complicarem em seus trabalhos, pois os jogos estão à mão através dos celulares.
          A indústria dos vídeos-game percebeu e procurou aperfeiçoar seu lucrativo negócio. Atualmente, seu faturamento superou a indústria cinematográfica. Atores renomados já se transformaram em atores de games. No último da série do GTA V, os jogadores atuam atirando em policiais, roubando pessoas, seqüestram, torturam personagens, para obterem informações, que lhes permitam encontrar e assassinar outros.
         Quando foi lançado, em agosto passado, foi um enorme sucesso mundial, aliás, o maior da história dos games. Uma produção de $115 milhões de dólares, incluídos $ 35 milhões de dólares do marketing. Em apenas um dia a venda atingiu 800 milhões de unidades, o que significa $13 milhões de dólares, e com previsão de arrecadação de $1,5 bilhões de dólares. Mas perguntamos a que devemos tudo isso? Em parte a violência que existe dentro de cada ser humano, posta em prática, mesmo de forma subjetiva e em forma virtual.
          Há um dado muito importante também: a produção gráfica, com detalhes perfeitos seduz os jogadores. Assemelha-se segundo a imprensa a grandes produções cinematográfica.
          Segundo o The Guardian, “o GTAV é uma paródia deslumbrante, mas monstruosa da vida moderna” O criador da série Dan Houser, justificou o sucesso dos jogos da seguinte forma: “Livros contam algo, filmes mostram algo, mas o game lhes deixa fazer algo”. Segundo ele, “a vida no game pode ser falsa, mas é o que mais se aproxima de uma obra de arte, e é esse o nosso apelo.”

          O que na verdade está acontecendo é que baseado numa premissa, os produtores vão aperfeiçoando os mecanismos, cada vez, para prender os usuários no jogo, assim como fez e continua fazendo a indústria do tabaco e os traficantes de drogas.  As pessoas começam a jogar e parecem ter compulsão pelo jogo. Ocorre o mesmo fenômeno cerebral que ocorre com o usuário de cocaína e crack. Uma produção de Dopamina, uma substância que faz o indivíduo sentir prazer e necessidade de senti-la constantemente. Daí ficam horas e horas no vídeo-game, a noite inteira, sem intervalo, e dormindo pela manhã inteira,  impedindo à criança e o adolescente de ter condições para irem à escolar,e até perder o ano escolar, o que tem ocorrido com frequência. As famílias ficaram até pouco tempo, sem perceber muito que estava acontecendo. Queixavam-se de que a criança ficava acordada toda, a noite, sem contudo saber que, a essa altura já havia  uma dependência química, formada no cérebro, da própria substância química, que ele produz, que é a dopamina. A essa altura, a criança ou adolescente, não tem noção do que lhe ocorre, e pode chegar a ter os sintomas que são chamados  popularmente fissura, que é a incapacidade de parar de jogar, pela necessidade orgânica de manter o ritual do jogo, que lhe promove a recompensa prazerosa, que só jogando pode sentir. Cabe aos pais, terem conhecimento do fenômeno. Procurar participar dos jogos no início para mostrar às crianças que se pode jogar, com horas definidas, com critério, que é possível usufruir do entretenimento, contudo, sem ficar dependente. Participar de lazer, passeios culturais, reuniões com os amigos, fazer parte do encaminhamento saudável, tão importante nas crianças. Alguns adultos chegam a perder o emprego, por usarem seus equipamentos de jogos, no trabalho, ou por muitas faltas freqüentes, também por não terem dormido, à noite. Muitas vezes é necessário um afastamento e até internações em clínicas psiquiátricas, para interromper o ciclo, tratar a abstinência. Encaminhar para uma psicoterapeuta é fundamental. A técnica cognitiva comportamental é a melhor escolha. 

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